APRESENTAÇÃO

 

É com satisfação que a Revista Avepalavra entrega mais uma edição, a de número 17. Como algumas edições, o diálogo tanto teórico quanto temática tem um projeto de ampliar a interlocução que favorece o debate interdisciplinar. Alias, a história da revista tem sido marcada por esta característica.

Sendo assim, o primeiro texto é da educação, de Paulo Edyr de Bueno Camargo que reflete o processo de transição da sociedade feudal para a sociedade burguesa:

 

Este estudo objetiva compreender o processo de transição da sociedade feudal para a sociedade burguesa. Esta transição não se deu de forma abrupta e nem foi fruto do esforço de homens excepcionais.

O nosso entendimento da história aponta a sua compreensão no desvelamento do combate das classes sociais com interesses antagônicos atuantes naquele período

 

Com uma temática religiosa, Jonathan Rodrigues Louveira e Adriana Lúcia de Escobar Chaves de Barros abordam alguns aspectos da tradução do Novo Testamento:

 

Este trabalho visa refletir sobre as traduções, os princípios utilizados e formas de tradução de seis versões da Bíblia . Procuramos observar o que acontece ao se traduzir de uma língua para outra e como essa tradução pode interferir na interpretação e compreensão do leitor. Discorremos sobre as equivalências , ou seja, qual o valor que a tradução vai dar ao texto: literal, dinâmico, híbrido e por paráfrese e a presentamos exemplos de traduções, de acordo com os diferentes tipos de equivalência utilizados. Tais exemplos foram extraídos dos seguintes livros bíblicos: Almeida Revista e Corrigida (ARC), Almeida Revista e Atualizada (ARA), Almeida Versão Revisada (AVR), Bíblia de Jerusalém (BJ), Nova Versão Internacional (NVI) e Nova Tradução na

Linguagem de Hoje (NTLH). Essas traduções e versões foram comparadas ao texto original em grego, a fim de ilustrar os tipos de forma, palavras, estilos e ordem nos diferentes textos. Observamos a preocupação com a literalidade das três traduções de

Almeida; o hibridismo das traduções da Bíblia de Jerusalém e da Nova Versão Internacional e o dinamismo , isto é, a funcionalidade da Nova Tradução na Linguagem

de Hoje. Concluímos que nenhuma tradução é desprezível, apenas abordam formas diferentes, para melhor atender a determinado público-alvo.

 

Eliane Francisca Alves da Silva aborda a questão das webtecnologias em relação aos portadores de necessidades auditivas:

 

O termo “inclusão” expressa uma necessidade inadiável nesta sociedade do conhecimento, interligada pelas redes digitais: inclusão social, inclusão digital, inclusão escolar. Este trabalho tem a finalidade básica de analisar a possibilidade de uso e de implementação das webtecnologias por deficientes auditivos de Nova Andradina e região (a maioria deles alunos da Educação Básica), visando a sua inclusão digital e, consequentemente, contribuindo para a sua inclusão social. O foco principal será e struturado em torno do ensino-aprendizagem da leitura e da escrita no meio digital, mediante o qual espera-se não somente que esses portadores de necessidades especiais -

PNE apropriem - se de novas ferramentas tecnológicas, culturais e intelectuais, que lhes permitam uma integração mais ampla no contexto escolar e social onde vivem, mas também que a sociedade se sensibilize para o fato de que os mesmos podem desenvolver o seu potencial como qualquer outro aluno normal, desde que devidamente assistidos em seu contexto familiar e/ou escolar.

 

O terceiro trabalho, Maria Luiza Santos Castelari e Marlon Leal Rodrigues, diz respeito sobre a discursividade sobre a leitura no ensino médio:

 

Esta pesquisa de campo terá como foco, a continuidade e/ou descontinuidade da leitura na escola, considerando que a leitura é um dos pontos fundamentais para o desenvolvimento intelectual do ser humano, que a mesma desempenha um papel importantíssimo na formação escolar, facilitando a interação e as mudanças de valores perante a sociedade. O trabalho terá o olhar voltado para os alunos do Ensino médio de escola publica do município. Os dados serão coletados através da aplicação de um questionário.

 

Dayane Laitart e Marlon Leal Rodrigues analisam o discurso presentes em alguns textos do livro didático do ensino fundamental:

 

Neste trabalho serão evidenciadas algumas atividades de leitura propostas no manual do Ensino de Língua Portuguesa, da Coleção Para Viver Juntos, do 6º ano, de autoria de Cibele Lopresti Costa, Greta Marchetti e Jairo J Batista Soares, todos são professores de Língua Portuguesa e Literatura, para serem trabalhadas com alunos em sala. Veremos a forma como o discurso aparece nos livros didáticos, se mostra uma certa pobreza em conteúdo, conforme relatam autores citados nesse trabalho. Também interessa saber em que medida a leitura é praticada em sala de aula, e se o que atualmente é oferecido aos alunos é suficiente para que eles possam refletir sobre as principais relações fundamentais entre o homem e a natureza, o homem e a sociedade na história. Verificaremos se as atividades propostas são adequadas para a idade do aluno, de que maneira o discurso é explorado, e se as mesmas despertam a curiosidade e interesse do aluno.

 

Ainda com a temática, Juliana Oliveira de Santana Novais refleti sobre a compreensão de textos nas tarefas de casa.

 

Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa desenvolvida com o objetivo de compilar estudos que tratam sobre o desenvolvimento com compreensão de textos nas escolas públicas e particulares de Patos de Minas. Além disso, o trabalho empreendido buscou averiguar a existência ou não de uma incorporação dos pressupostos teóricos metodológicos advindos dos estudos linguísticos nas atividades de estudo de texto dadas como lições de casa. Assim, pode se considerar que o tratamento dado à leitura sofreu avanços substanciais no que se refere à teorização, no entanto, a análise das tarefas de casa denunciou uma carência no encaminha mento da prática da leitura, pois as questões de compreensão dos textos ainda se situam, predominantemente nos níveis de decodificação e de análises superficiais do texto lido, não incorporando eficazmente os estudos linguístico.

 

Valdemar Augusto Agerami–Camon e Maria Cristina Costa Rodrigues, das áreas médicas, discutem sobre hospitalização infantil e a presença de acompanhantes familiares:

 

Saga do Hospital (...) E o hospital virou uma empresa rentável. Altamente rentável. Como todas as grandes empresas. E o objetivo maior do hospital deixou de ser o paciente. O lucro, dentro do verdadeiro espirito do capitalismo selvagem tornou - se a razão de tudo. Inclusive as delicadas cirurgias. E o paciente foi coisificado. E, de seus sintomas, extraíram - se grandes fortunas. (...) E a vida que palpita nas manhas primaveris agoniza nas paredes e nos corredores sombrios da empresa hospitalar. E o hospital partiu em busca da humanização. Solidão, vazio, lágrimas, sufoco e desespero d’alma. A agonia da morte e o sofrimento da dor. E o paciente gritou pelo fim da coisificação. E o amor, amor que ainda insiste me existir apesar do capitalismo, volta aos hospitais nessa busca de humanização. E a dor, dor que nas entranhas da alma trona - se o voo isolado do condor, torna - se vida e cor. (...) E o sonho, sonho que traz a esperança em forma de ilusão, espera o dia em que o “capital” hospital. E, nesse dia, os doentes serão tratados como seres humanos. E haverá, no hospital, lugar e respeito a todos que acreditam no amor e na humanização do paciente... As Crianças... Esse foi o tema que escolhemos, talvez por querer buscar nossa própria essência e encontramos, no sofrimento delas, o espelho de nossas almas, esperamos da delicadeza de cada gesto dessas pequenas flores, a força que nos sustentou para que esse trabalho se concluísse. Introdução A cólera da criança no momento da separação não é patológica, mas o silencio o é.

 

Fechando a edição, Mônica Aparecida Matos faz uma abordagem sobre o ensino de língua inglesa:

 

Este artigo objetiva discutir a figura do outro na abordagem sócio - interacionista e facilitar a aplicabilidade da mesma em atividades práticas de listening, speaking, reading and writing, no ensino de língua inglesa, mediadas pela música. As considerações aqui expostas, tomam por base os posicionamentos de Vygotsky (1989,1984), que transforma o aprendiz não somente num sujeito ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando tais conhecimentos, papéis e funções sociais e culturais.

 

Após esta breve apresentação, desejamos a todos boa leitura e debates.

 

Alto Araguaia-MT, agosto de 2014.

 

Paulo Cesar Tafarello

Marlon Leal Rodrigues